A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) inicia, na próxima semana, a operação “Alô Turista”, uma ação de educação sanitária voltada especialmente para pessoas que circulam entre estados e países durante o período de férias. A iniciativa seguirá ativa até o final de janeiro de 2026 e tem como objetivo principal orientar turistas sobre os riscos relacionados ao transporte inadequado de produtos de origem animal e vegetal.
Em entrevista à Rede Vale de Comunicação, o gestor regional da CIDASC, Ivan Ulsenheimer, explicou que a campanha tem caráter essencialmente educativo e busca prevenir a entrada e disseminação de enfermidades que podem afetar a saúde pública e, sobretudo, gerar grandes prejuízos econômicos ao agronegócio catarinense.
Riscos que passam despercebidos
Segundo Ulsenheimer, muitas pessoas que não pertencem ao meio agropecuário desconhecem o perigo de transportar alimentos, frutas, plantas ou até amostras de solo entre diferentes regiões.
“Temos enfermidades de grande impacto econômico que podem ser transportadas num alimento, numa fruta ou até em um pedaço de planta recolhida em determinado local”, explica o gestor.
Além de risco ao ser humano — no caso das zoonoses —, doenças introduzidas dessa forma podem comprometer significativamente a produção pecuária e vegetal do Estado, reconhecido internacionalmente por seus elevados padrões sanitários.
Parceria com forças de segurança e atuação nos principais pontos de circulação
A operação será realizada com apoio da Polícia Rodoviária e da Polícia Militar de Santa Catarina, em pontos estratégicos de rodovias e em unidades de fiscalização já existentes. Os aeroportos também receberão ações específicas, devido ao fluxo intenso de viajantes rumo a outros estados e ao exterior.
O objetivo é alcançar o maior número de turistas possível, orientando-os sobre o que pode ou não ser transportado e evitando riscos desnecessários.
Santa Catarina: referência sanitária e potência do agro
Ulsenheimer reforça que Santa Catarina é hoje um dos principais polos de produção agropecuária do Brasil e depende diretamente da manutenção de seu status sanitário.
O Estado é:
- maior exportador de carne suína do país, responsável por 50% das exportações brasileiras;
- líder nacional na produção e exportação de maçã;
- importante exportador de carne de aves;
- fornecedor de produtos agropecuários para mais de 140 países.
Por isso, qualquer brecha sanitária pode gerar prejuízos milionários. Ele relembra que, em 2025, o país viveu um impacto significativo decorrente da ocorrência de gripe aviária no Rio Grande do Sul, o que resultou em mais de três meses de suspensão parcial das exportações brasileiras — inclusive de Santa Catarina, ainda que em menor escala devido às suas condições diferenciadas.
“É esse tipo de prejuízo que queremos evitar. O agro responde por 70% das exportações catarinenses e sustenta boa parte da arrecadação dos municípios da nossa região”, pontua.
Participação no CIDTEC 2025 e fortalecimento das ações educativas
A CIDASC também esteve presente no CIDTEC 2025, evento promovido pela Cooperativa Regional Auriverde, em parceria com a EPAGRI. Para Ulsenheimer, iniciativas como essa são fundamentais para levar conhecimento técnico aos produtores rurais.
A companhia reforçou, no evento, seu papel sanitarista e apresentou temas como:
- biosseguridade na suinocultura (com nova legislação em vigor em SC),
- controle de enfermidades,
- ações de fomento à produção agropecuária.
Balanço positivo de 2025
O gestor avaliou como muito positiva a atuação regional da CIDASC em 2025. Entre as principais ações, destacou:
- ampliação das atividades de educação sanitária nas escolas rurais, por meio do Programa Sanitarista Júnior;
- fortalecimento das ações nas universidades com o Sanitarista Acadêmico;
- aumento das atividades de campo;
- recomposição do quadro funcional com novas contratações;
- investimentos do Governo do Estado no setor agropecuário.
“A defesa agropecuária é responsabilidade de toda a população. É por meio dela que preservamos nossa economia e garantimos saúde e qualidade aos produtos catarinenses”, concluiu.
