Assembleia do Sindicato dos trabalhadores rurais aprova orçamento de 2026 e discute impactos da reforma tributária para produtores rurais

Em assembleia realizada no dia 16 de dezembro, em Cunha Porã, os associados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais aprovaram por unanimidade a previsão orçamentária para o exercício de 2026, após parecer favorável do Conselho Fiscal.

Nos assuntos gerais, foi reforçada a importância da CAF (Cadastro da Agricultura Familiar), essencial para acesso ao Pronaf, políticas públicas, biodiesel e aposentadoria rural. A diretoria alertou que a CAF não possui limite de renda para emissão e que manter o cadastro atualizado facilita processos junto ao INSS.

Outro tema de destaque foi a crise do leite. O presidente do Sindicato, Ário abilio Söchtig, relatou mobilizações regionais, audiências públicas e a criação de um grupo de trabalho na Alesc para tratar do problema. Entre os avanços citados está a proibição, nos estados do Sul, da reconstituição de leite em pó em leite integral. Apesar disso, a diretoria ressaltou que as soluções devem ocorrer a médio e longo prazo.

Juliandre Damo falou sobre os impactos da Reforma tributária e do Imposto de Renda

Encerrando a assembleia, o contador do sindicato, Juliandre Damo, apresentou orientações sobre o imposto de renda e a reforma tributária. Ele explicou que, a partir de 2026, o limite de obrigatoriedade para declaração do imposto de renda rural deve subir de R$ 169,7 mil para cerca de R$ 300 mil por CPF, acompanhando a ampliação da faixa de isenção nacional. No entanto, a mudança só terá efeito prático nas declarações feitas em 2027, referentes ao ano-base 2026.

Sobre a reforma tributária, foi explicado que o novo sistema começará a ser testado em 2026 e entrará em vigor em 2027, com a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Produtores rurais deverão avaliar se optam ou não por recolher o tributo, decisão que impactará diretamente o preço de venda da produção. Também foi informado que, a partir de julho de 2026, todos os produtores rurais precisarão ter CNPJ, sem que isso signifique transformar-se em empresa.

A assembleia foi encerrada com orientações para que os produtores se organizem, mantenham documentação fiscal adequada e busquem apoio do sindicato para enfrentar as mudanças tributárias que se aproximam.