Às vésperas do Natal, greve dos Correios provoca onda de reclamações por atrasos nas encomendas

91% do efetivo permanece em atividade

 greve parcial dos trabalhadores dos Correios, iniciada no último dia 16 de dezembro, tem gerado uma enxurrada de reclamações nas redes sociais e aumentado a frustração de consumidores em todo o país. Em pleno período de maior movimento do comércio e das entregas, muitos relatam encomendas retidas e prazos cada vez mais incertos, enquanto o Natal se aproxima.

Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), o tom das publicações mistura indignação, ironia e desespero. Um dos comentários mais compartilhados resume o sentimento de surpresa dos consumidores:
“Os Correios entraram em greve no Natal… no Natal… e a minha encomenda está com eles.”

Outros relatos apontam prejuízos diretos nos planos de fim de ano. “O Correios atrasou a minha roupa de crochê do Ano Novo, quem diria”, escreveu uma usuária. Em tom ainda mais desesperado, um consumidor chegou a apelar: “Correios, eu imploro, eu vou buscar a minha encomenda.”

A paralisação atinge nove estados e impacta, de forma direta ou indireta, as 27 unidades da federação, já que os centros de distribuição funcionam de maneira integrada em todo o país. Entre as principais reivindicações da categoria estão a manutenção de benefícios históricos, como adicional de 70% nas férias, pagamento de 200% para trabalho aos fins de semana e a concessão de um “vale-peru” no valor de R$ 2,5 mil, além de reajuste salarial.

Segundo os Correios, a situação financeira da estatal é delicada e não permite o atendimento integral das demandas. A empresa cita prejuízos acumulados, que levaram à autorização de um empréstimo de R$ 12 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional.

Diante do impasse, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que 80% do efetivo seja mantido em atividade durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por sindicato. A estatal afirma que todas as agências seguem abertas e que medidas de contingência foram adotadas para reduzir os impactos.

Apesar disso, nas redes sociais, a percepção de muitos consumidores é de que o “tic-tac” do Natal já ultrapassou o limite, aumentando a incerteza sobre a chegada dos presentes a tempo da data comemorativa.