Banco Central sobe taxa de juros para 14,75% ao ano, maior valor desde 2006

Foto: Marcello Casal Jr., Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (07), de forma unânime, subir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, chegando a 14,75% ao ano — o maior nível desde 2006. Essa é a sexta alta seguida desde setembro do ano passado e já era esperada pelo mercado.

Segundo o comitê, a economia está com inflação alta, atividade econômica ainda forte e pressão no mercado de trabalho. Por isso, acham necessário manter os juros bem altos por mais tempo para tentar controlar os preços.

O cenário internacional também preocupa, especialmente com as incertezas na economia dos Estados Unidos, o que pode afetar o mundo todo e impactar a inflação.

O Copom não descartou novas altas na Selic e disse que vai acompanhar os próximos dados econômicos antes de tomar novas decisões. A próxima reunião acontece em junho.

 

Entenda a Selic

A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.

A taxa básica de juros é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo.

Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

 

 

Fonte: R7